A logica da indicacao politica com meritocracia invertida
A lógica da indicação política com meritocracia invertida, ou algo em que você ainda não parou para pensar...
Inúmeros cargos são resultado deste processo e ele é tido como democrático aqui tal como em inúmeros países. Um ministro do STF, por exemplo, é uma indicação do Presidente referendada pelo Senado. Dois agentes políticos onde normalmente o executivo faz valer sua força de barganha que compra a maioria necessária a uma abstração pornográfica (não encontrei termo mais leve, desculpem) intitulada governabilidade. Se o executivo tiver maioria e costuma ter, nomeia qualquer um para o STF, STJ, TJ, TCU, TCE, Embaixadas, Ministérios, Secretarias e assim vai.
Até aí, mais ou menos tudo bem, eis que há o álibi da equação de equilíbrio dos poderes, aquela história dos checks and balances do Montesquieu.
Todavia, há um aspecto que você, muito provavelmente, ainda não se deteve a pensar: Para o projeto de poder de um político, uma indicação é algo muito relevante. Seja de uma merendeira numa escola ou de um ministro do Supremo. Não no sentido de trazer algum resultado para a máquina pública, ao contrário, para consolidar o projeto de poder que é a única coisa que a imensa maioria dos políticos enxerga, antes, durante e depois da eleição. Neste raciocínio a regra de ouro é: quanto maior a incapacidade, a improbabilidade da pessoa atingir aquele cargo, maior a dimensão de gratidão e subserviência após a nomeação.
Vamos exemplificar: Duas pessoas concorrem a uma indicação ao STF. Um é excepcional pensador que, em verdade, acha que a indicação é totalmente natural, considerando sua carreira. Em outras palavras, não deve favor ao político, enxerga que o mesmo não fez nada além da sua obrigação. Em outro patamar está o mais desqualificado que entenderá sua escolha como um ato de enorme reconhecimento e, com ele, a dívida com aquele que exerce o poder. Escolher o pior atende mais ao jogo do poder. Vamos pensar juntos: Qual dos dois ficará em maior débito? O imbecil ungido ao cargo ou o que é mais preparado e acha que sua assunção é mera consequência de sua trajetória profissional?
Querem exemplos? São muitos e tive de rir, para conter minha vontade de enumerar alguns que testemunhei.
Comecei a trabalhar em governo em 1985. E sem dúvida alguma este raciocínio não é dogma, no entanto é muito mais frequente do que você, meu amigo leitor, gostaria de imaginar.
Bom final de semana.
Notícias Recentes
- Mais além do princípio do prazer – uma leitura em Freud e Derrida
- Plano de Integridade SEENEMAR
- Ofício MEC SEENEMAR 1 e 2
- Minuta Regimento Interno SEENEMAR
- NT 01.4/2023 - Educação Profissional com focos em Eficiência Energética e Economia do Mar
- Crise das Distribuidoras de Energia Elétrica
- Ofício SEENEMAR 23/2023
- PL Relações de Consumo - Energia Elétrica
- Ecossistema de Eficientização Energética
- Sistema de Acompanhamento em tempo real em Coworking
Get the Flash Player to see this player.
Get the Flash Player to see this player.
Online agora
Not Found
The requested URL /get.php was not found on this server.